Durante sua gestão no Corinthians, Duilio Monteiro Alves usou o cartão corporativo do clube para cobrir despesas pessoais, conforme revelam documentos. Os registros, que abrangem os anos de 2021 a 2023, mostram pagamentos que vão de refeições em restaurantes de luxo até saques em espécie. Assim, o ex-presidente se tornou alvo de apuração pelo Conselho Deliberativo.
Embora algumas despesas possam ter relação com compromissos oficiais, outras evidenciam uso particular. Por exemplo, os comprovantes indicam gastos de R$ 4.293,78 no restaurante Pobre Juan e R$ 3.847,80 no hotel Grand Hyatt. Além disso, há pagamentos em cafeterias, supermercados, lojas de vestuário, serviços de beleza e plataformas de streaming.
Outro dado que chama atenção é o saque de R$ 80 mil em dinheiro, realizado em três ocasiões diferentes, todas em dezembro de 2021. Sem qualquer detalhamento, esses valores preocupam especialistas em governança, já que o uso de espécie dificulta a transparência. Por esse motivo, clubes costumam evitar esse tipo de movimentação.
Apesar das evidências, Duilio se defendeu em nota. Segundo ele, os documentos foram manipulados e divulgados com motivações políticas. Ele também declarou que não teve acesso aos arquivos oficiais e, portanto, vai se manifestar apenas quando o clube liberar os dados. Até lá, pretende acionar judicialmente quem divulgar ou deturpar informações sobre sua gestão.
Além de Duilio, outros nomes da antiga diretoria também comentaram o caso. Wesley Melo, ex-diretor financeiro, disse desconhecer o relatório. Já João de Oliveira, então presidente do Conselho Fiscal, negou qualquer envolvimento com os documentos.
O caso ainda está sob apuração interna no Corinthians e pode ganhar novos desdobramentos.