O Corinthians assumiu, em 2024, o topo do ranking de dívidas líquidas no futebol brasileiro. Segundo estudo da consultoria Convocados, em parceria com Galapagos Capital e Outfield, o clube do Parque São Jorge acumulou R$ 2,34 bilhões em obrigações financeiras. Esse montante representa 16% do total nacional, que alcançou R$ 14,62 bilhões.
Embora o clube tenha batido recorde de arrecadação, com R$ 1,1 bilhão — um avanço de 14% em relação a 2023 — os custos continuam crescendo. Como resultado, a dívida líquida disparou R$ 449 milhões em um único ano, o maior salto entre clubes da Série A e grandes nomes da Série B.
Além disso, o Corinthians é um dos sete times que elevaram as dívidas líquidas em mais de R$ 200 milhões. Apenas o Atlético-MG, com R$ 2,30 bilhões, também ultrapassou a casa dos R$ 2 bilhões.
Outro dado que preocupa é a alavancagem: a relação entre dívida líquida e receita passou de 2,0 para 2,1. Ou seja, o clube deve mais que o dobro do que fatura. Mesmo com receitas altas, as despesas continuam pressionando. O Corinthians gastou R$ 747 milhões em 2024, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Além disso, os encargos com pessoal subiram para R$ 429 milhões, o que representa 38% da receita total. Embora esse percentual tenha caído, ele ainda pesa no orçamento do Corinthians. Por fim, os analistas alertam: a inflação de salários e a pressão por títulos fazem clubes gastarem mais, muitas vezes acima do que podem pagar.
