A redenção do Corinthians de 2024

O ano começou turbulento, tanto dentro quanto fora de campo, para o Corinthians. A equipe vinha de um 2023 sem títulos e com expectativas frustradas nas quatro linhas. Terminou o Campeonato Brasileiro em 13º lugar e foi eliminada nas semifinais da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. Além disso, o clube elegeu um novo presidente, rompendo com o grupo da Renovação e Transparência, que esteve no poder por 16 anos e deixou o clube com a maior dívida entre os times brasileiros.

Imagem: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Reestruturação

O começo do ano exigia uma renovação, já que jogadores que estavam há muito tempo no elenco não rendiam como antes. O novo presidente teve que se desfazer de ídolos como Gil e Renato Augusto e também perdeu atletas com contratos feitos pelo antigo gestor, como Carlos Miguel, Lucas Veríssimo e Matías Rojas, que deixaram o clube. A reformulação teve impacto imediato no Campeonato Paulista, e o time demonstrava falta de entrosamento. Antônio Oliveira, assim como Mano Menezes, não conseguiu implementar suas ideias. O cenário futebolístico estava longe de ser bom e, politicamente, o clube também passava por uma grande turbulência. Parecia ser um ano de pesadelo para o Bando de Loucos.

Após fechar o maior contrato de patrocínio do Brasil, a empresa de apostas rescindiu o acordo com o Timão, gerando ainda mais problemas políticos para a Fiel. No Campeonato Brasileiro, o time não conseguia vencer nem em casa, onde sempre foi muito forte, e o fantasma da zona de rebaixamento começava a rondar. No entanto, o desempenho nas Copas era melhor e o time avançava nas fases.

Virada de chave

Foi então que, em julho, com a janela de transferências aberta, a situação começou a mudar. Demitiram o treinador português e contrataram o técnico Ramón Díaz. O argentino chegou com a missão de tirar o time da zona de rebaixamento e evitar o maior pesadelo que poderia acontecer a um clube dessa grandeza. Enquanto isso, a comissão técnica se reunia com a diretoria para tentar melhorar um elenco que estava jogando muito mal.

Finalmente, as contratações chegaram. Vieram os volantes Charles, Alex Santana e José Martínez, o zagueiro André Ramalho e o goleiro Hugo Souza. Apesar das novas contratações, nenhum desses nomes parecia ser capaz de mudar drasticamente o nível da equipe. Mas foi em setembro que as expectativas da torcida corintiana superaram todas as previsões. A patrocinadora Esporte da Sorte, que substituiu a anterior após toda a polêmica, se comprometeu a arcar com grande parte do salário de Memphis Depay. O astro holandês aceitou a proposta e se transferiu para o Timão. Além dele, o meia peruano André Carrillo também foi contratado.

Com os novos reforços em campo, Ramón Díaz conseguiu potencializar o desempenho dos jogadores que já estavam no elenco, como Yuri Alberto, Rodrigo Garro, Matheus Bidu e Breno Bidon. A equipe então engatou uma sequência de nove vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro e, embora tenha sido eliminada novamente nas semifinais das Copas, garantiu a vaga na Libertadores do ano seguinte — algo que, segundo os matemáticos da UFMG, tinha apenas 0,004% de chance de acontecer.

Desde então, o Corinthians se transformou. O time passou a se consolidar como um dos melhores do campeonato. De candidato ao rebaixamento a participante da maior competição da América do Sul. E mais do que isso: para o torcedor, é a esperança renovada de títulos e de um 2025 de glórias, algo que não acontece desde 2019.

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