Poucos confrontos no futebol brasileiro carregam tanta história, emoção e rivalidade quanto o Derby Paulista. Trata-se do embate entre Corinthians e Palmeiras, dois dos clubes mais tradicionais e vitoriosos do Brasil. Mais do que uma simples disputa esportiva, esse clássico movimenta multidões, acende paixões e, frequentemente, se torna tema de discussões acaloradas em todos os cantos do Brasil

Imagem: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Para entender a dimensão do Derby, é necessário voltar no tempo. O Corinthians foi fundado em 1910 por operários no bairro do Bom Retiro. Já o Palmeiras, inicialmente conhecido como Palestra Itália, surgiu em 1914, criado por imigrantes italianos.

Em 6 de maio de 1917, o então estreante Palestra Itália surpreendeu o futebol paulista ao derrotar o invicto Corinthians por 3 a 0. A partida, realizada no Estádio Palestra Itália, deu início a um dos maiores clássicos do futebol brasileiro.

Anos depois, no ano de 1933, o Derby foi marcado pelo maior placar da história: 8 a 0 para o Palestra Itália. Nesse jogo, Romeu Pellicciari se destacou ao marcar quatro gols. A derrota, sem dúvida, teve consequências drásticas no Parque São Jorge. Como resultado, o presidente Alfredo Schurig foi deposto, e a sede do clube foi incendiada pela torcida alvinegra.

O maior Derby da história

No dia 25 de abril de 1971, ocorreu o jogo considerado por muitos como um dos maiores da história do Derby. Naquela ocasião, no primeiro turno do Campeonato Paulista, o Corinthians chegou ao Morumbi sob grande pressão, enfrentando críticas constantes e a sombra do tabu de não conquistar títulos desde 1954. Por outro lado, o Palmeiras era uma potência, com jogadores como Leão, Luís Pereira, Dudu e Ademir da Guia. Inicialmente, o jogo parecia caminhar para um empate eletrizante, no entanto, aos 43 minutos do segundo tempo, Mirandinha brilhou e marcou o gol da virada: 4 a 3 para o Corinthians. Dessa forma, essa vitória ficou marcada como uma das maiores superações alvinegras sobre o Palmeiras, especialmente devido ao contexto e à qualidade técnica do adversário.

Em 2018, o Corinthians conquistou o título paulista no Allianz Parque. Após vencer o Palmeiras no tempo regulamentar, o Timão levou a melhor nos pênaltis e levantou a taça na casa do rival.

Já em 2020, o clima foi completamente diferente. Em meio à pandemia de COVID-19, o Campeonato Paulista terminou com portões fechados e muita tensão. Após dois empates nos jogos decisivos — 0 a 0 na ida e 1 a 1 na volta —, a decisão do título foi para os pênaltis, e o Palmeiras conquistou o campeonato paulista.

Emoção dos torcedores

Poucos jogos no futebol brasileiro conseguem despertar tanta emoção quanto o clássico entre Palmeiras e Corinthians. Mais do que uma simples partida, o Derby Paulista é uma experiência intensa que mobiliza corações, paralisa a rotina e transforma o estádio — ou até mesmo a sala de casa — em um palco de nervosismo, esperança e paixão. Para os torcedores, cada encontro oferece uma nova chance de exaltar a história, reviver memórias marcantes e, quem sabe, criar novas.

“O Derby é diferente de outros clássicos, tem uma energia única. Sempre traz um mix de emoções e mexe com o torcedor.” Luana Branco, torcedora do Corinthians.

“O Derby significa muito pra mim, minha família é palmeirense e a outra corinthiana. Vejo o clássico como essencial para os dois times, um não vive sem o outro.” Rafael Cappatti, torcedor do Palmeiras.

Derby no futebol feminino

Nos últimos anos, o futebol feminino brasileiro tem se destacado, e o Derby Paulista entre Corinthians e Palmeiras representa uma das maiores expressões dessa emoção e rivalidade. O primeiro confronto entre as equipes ocorreu em 13 de abril de 1997, no Campeonato Paulista, e o Timão venceu por 1 a 0 em casa. E desde então, a história dessa rivalidade apenas cresceu, e ambos os times disputando títulos importantes e protagonizando grandes jogos.

Recentemente, um dos confrontos mais marcantes aconteceu quando Corinthians e Palmeiras se enfrentaram na final do Campeonato Brasileiro Feminino. As corintianas saíram vitoriosas, garantindo o terceiro título nacional para o time comandado por Arthur Elias.

Dessa forma, o Derby feminino carrega uma carga emocional que vai muito além dos 90 minutos de jogo. Torcedores e jogadoras vivem intensamente o confronto, com o desejo de levar a melhor sobre o rival, seja no Paulistão, no Brasileirão ou em qualquer outra competição.

Para os fãs de futebol, o Derby não é apenas um jogo. Ele representa uma paixão que atravessa gerações. O clássico é um espetáculo onde a história se encontra com o presente, e a vitória de um lado sempre significa a derrota do outro, criando uma simbiose única de alegria e frustração. Nesse caso, a tradição do Derby Paulista continua a ser uma das maiores riquezas do futebol brasileiro.

E, neste sábado (12.04), presenciaremos mais dois Derbys que, sem dúvida, entrarão para as estatísticas e para a história.

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