O Corinthians enfrenta um impasse com parte do elenco feminino. Jogadoras acionaram a Justiça cobrando atrasos no pagamento de premiações da Libertadores, conquistada em outubro de 2024, e do Paulistão, em novembro. Os prêmios, previstos em R$ 175 mil por atleta pela competição continental e cerca de R$ 12 mil pelo estadual, começaram a ser repassados apenas em 2025, de forma parcelada e desigual entre quem permaneceu no clube e quem saiu. Atualmente, as atletas ainda vinculadas aguardam duas parcelas, enquanto ex-jogadoras têm até três pendências.

As cobranças se intensificaram em dezembro, quando a diretora Iris Sesso alegou que a Federação Paulista ainda não havia repassado os valores. Depois, a justificativa mudou para dificuldades de caixa. Em janeiro, a situação ganhou novas versões: primeiro, bloqueios judiciais teriam travado as contas do clube; depois, surgiu a proposta de dividir os pagamentos em seis vezes, algo inédito para o futebol feminino alvinegro.
Um impasse no futebol feminino
Em fevereiro, com o cronograma definido, começou os atrasos na primeira parcela. Nos meses seguintes, os pagamentos seguiram irregulares: em março, houve 10 dias de demora; em abril e maio, o clube voltou a postergar prazos, sempre alegando problemas de fluxo de caixa. Além disso, ex-jogadoras, por sua vez, passaram a questionar descontos maiores do que o previsto e divergências nas rescisões, sem respostas claras do departamento de recursos humanos.
A situação se agravou com o afastamento do presidente Augusto Melo em maio, que resultou na saída de dirigentes ligados ao planejamento dos pagamentos. Desde então, apenas parte do elenco atual recebeu a quarta parcela, em julho, enquanto ex-atletas seguem sem ver o dinheiro. A revolta cresceu ainda mais quando o clube quitou R$ 13 milhões em premiações ao time masculino e até parte da dívida com Memphis Depay. Em meio à incerteza, uma jogadora resumiu o sentimento coletivo: “O Corinthians nos enrola há meses. Paciência tem limite.”