Um relatório de auditoria interna entregue ao presidente Osmar Stabile revelou falhas estruturais no controle de materiais esportivos fornecidos pela Nike ao Corinthians, além de apontar desvio de peças, irregularidades administrativas e o estouro da cota contratual prevista com a fornecedora.

Produzido entre setembro e outubro de 2025, o documento avaliou os processos de recebimento, armazenamento e distribuição de materiais no CT Dr. Joaquim Grava e no Parque São Jorge. A auditoria identificou fragilidades no sistema de estoque, ausência de inventário atualizado, acúmulo de itens antigos desde 2014, condições inadequadas de armazenamento e falta de padronização nos procedimentos internos.
O relatório também registrou consumo acima do limite contratual. Entre 2024 e outubro de 2025, o Corinthians recebeu 23,7 milhões de reais em materiais, ultrapassando em aproximadamente 297 por cento a cota anual de 4 milhões. Mesmo com o volume elevado, a auditoria encontrou dificuldades na distribuição de uniformes para departamentos como futebol feminino, categorias de base e esportes terrestres.
Foram apontados ainda pedidos excessivos e retiradas não registradas de materiais por parte do segundo vice-presidente Armando Mendonça, que aparece em mais de cem solicitações no período analisado. O documento relata episódios de interferência nas apurações e condutas consideradas inadequadas.
Outro ponto crítico foi a comprovação de venda irregular de camisas oficiais dentro do Parque São Jorge, envolvendo ao menos um funcionário que admitiu participação.
A auditoria também destacou notas fiscais que não foram lançadas no sistema do clube e confirmou que o controle de materiais apresentava inconsistências já identificadas em gestões anteriores. Paralelamente, a Polícia Civil investiga o caso por furto qualificado, com diligências realizadas no CT.








