O último sul-americano campeão mundial

Há 12 anos, o Corinthians venceu o Chelsea, em partida realizada no Yokohama Stadium e conquistou o seu segundo título mundial. Foi a consagração de uma equipe que veio do titulo Brasileiro de 2011 e da Libertadores de 2012. Com gol de Paolo Guerrero e uma partida magnifica do gigante Cássio, o mundo se tornou mais uma vez preto e branco.

Imagem: Agência Corinthians / Daniel Augusto

Era manhã no Brasil quando milhões de corinthianos ligavam suas TVs para assistir aquele time histórico. O jogo acontecia do outro lado do mundo, no Japão, mas as arquibancadas pareciam com mais um jogo no saudoso Pacaembu. A Fiel em peso fazia algo que se tornou orgulho para todos torcedores do Corinthians e motivo de inveja para quem não teve a sorte ou competência de torcer para o maior de todos. A arquibancada preta e branca dava o tom do que seria o jogo. Uma partida difícil? Sim. Mas o Corinthians é superação. Assim como os jogadores tinham que estar acima dos 100%, os torcedores também o fizeram.

Onde aquele momento começou

Contudo, levantar aquela taça de Mundial não começou ali. A Libertadores de forma invicta credenciou o Corinthians ao Mundial. A defesa milagrosa do gigante Cássio contra o Diego Souza, Paulinho subindo de cabeça contra o Vasco, Sheik fazendo o jogo de sua vida contra o Boca e “olha o Corinthians chegando, olha o Romarinho”. Todos esses momentos criaram casca naquele time que jogaria o Mundial de Clubes da FIFA.

Porém, ainda faltava uma peça. Paolo Guerrero chegou ao Corinthians somente depois da Libertadores e chegou para ser o homem do ultimo toque na bola. O centroavante que empurraria as chances criadas para o fundo do gol. E quem lembra do sentimento ao vê-lo se machucar em um jogo contra o São Paulo, dias antes do Mundial. Haviam sim incertezas sobre o atacante peruano, que logo acabaram após o primeiro jogo no Japão, quando ele marcou o único gol da partida que levou o Timão a final.

A Final do mundial

Na final do mundial teríamos o milionário Chelsea pela frente. Vencedor da Champions League daquele ano, após vencer os favoritos Barcelona, na semifinal e Bayern na grande final. O time recheado de estrelas mundiais nos olhava de cima como se dissessem: “isso será fácil”. Mas eles não sabiam a força do Corinthians. Não conheciam Zidanilo e sua calma para dar caneta ainda no campo de defesa. Nem faziam ideia de quem era Alessandro, um verdadeiro líder naquele dia. Não imaginavam que Sheik não parava de correr e enchia o saco da defesa inglesa o tempo todo.

E demoraram para entender que o Corinthians não era feito por um jogador, o Corinthians era uma massa levada por 30 milhões de loucos. E assim sendo, o gol da partida não poderia sair de uma jogada individual. O coletivo sobressaiu outra vez naquele time. A arrancada de Paulinho, o drible e finalização de Danilo e o rebote com a cabeçada de Guerrero. Tudo isso regido pela Fiel que cantava tão alto que podia ser ouvido do outro lado do mundo. Gol do Timão para a explosão de loucura daqueles que já são loucos.

Contudo, não dá para falar do jogo e não falar de Cássio. O gigante fez a partida da sua vida, talvez a maior partida que eu já tenha visto de qualquer jogador. A impressão que dá é que o Chelsea poderia estar finalizando até hoje, 12 anos depois e Cássio ainda iria parar seus ataques.

Sendo assim, o Corinthians então conquistou seu segundo título mundial da FIFA. O último clube não europeu a levantar um título mundial. A cereja do bolo de um campeonato mágico que sempre estará em nossas lembranças.

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