Skip to content 
O Corinthians venceu o Universitário por 2 a 1, jogando no estádio Monumental de Lima, na noite da última terça-feira (18). Com gols de Maycon e Ryan e avançou para as oitavas de final da Copa Sul-americana, onde enfrentará o Newells Old Boys (ARG).
Mas a permanência do Timão em terras peruanas não foi nada tranquila.
Tudo começou no jogo de ida, na Neo Química Arena, quando Sebastián Avellino, preparador físico dos Merengues, resolveu revidar provocações da torcida alvinegra com gestos racistas.
O profissional foi preso em flagrante e segue detido na capital paulista, onde membros do Consulado peruano estiveram presentes na delegacia onde se encontra Sebastián.
Em seguida, revoltada, a diretoria do Universitário emitiu nota de repúdio contra a prisão. A torcida entrou na onda e encampou a visão dos mandatários, fazendo com que o clima para a partida ficasse pesado.
Horas antes do jogo, Conmebol e polícia de Lima recomendaram que a delegação corinthiana fosse para o estádio em um ônibus da própria polícia. Contudo, isso foi rechaçado pela diretoria do clube.
O ônibus chegou sem maiores incidentes no local da partida.
Supremacia peruana
Ainda na parte da tarde, imagens circularam pelas redes sociais, onde integrantes da torcida da La U vestiam camisas com a suástica, símbolo do nazismo na Alemanha.
Entretanto, com todos os ingressos vendidos por antecedência, não era difícil imaginar um clima de guerra no Monumental.
Na entrada da equipe da casa ao gramado, uma faixa de apoio irrestrito ao funcionário preso em São Paulo.
Confusão pós-gol do Corinthians
Dentro da partida, nada de anormal.
O Corinthians saiu na frente com Maycon, o Universitário empatou com Flores de pênalti e tudo transcorria tranquilamente, até que Róger Guedes arrancou contra os defensores peruanos, finalizou, o goleiro Romero rebateu e Ryan, garoto da base, empurrou para as redes vazias.
Na comemoração do gol, tirou a camisa e a levantou em frente a um dos setores do estádio onde se encontravam apenas torcedores locais.
Foi o suficiente para que os jogadores do Universitário partissem para cima do garoto do Corinthians, instaurando a confusão.
A policia peruana agiu rápido e protegeu os atletas alvinegros, que ficaram abrigados no banco de reservas. Enquanto isso, jogadores do time da casa brigavam com os policiais.
Assim, findada a confusão, o árbitro Wilmar Roldán expulsou 5 jogadores (2 do Corinthians e 3 do Universitário) e seguiu com a partida, sem mais incidentes.
Leia mais sobre o Timão: + Neo Química Arena receberá jogo do Bragantino + Timão chegou a quarta vitória seguida
Coletivas da discórdia
Após o jogo encerrado, hora e vez dos treinadores e de Róger Guedes falarem sobre todo o ocorrido.
Enquanto os corinthianos foram na linha das desculpas, colocando na juventude de Ryan a culpa de todos os acontecimentos em campo, o técnico Jorge Fossatti, do Universitário, preferiu comparar o gesto do volante do Timão com o gesto racista de Sebastián Avellino em São Paulo.
“Agora aqui, de novo, não aconteceu nada pelo gesto (de Ryan) de mostrar a camisa.
Isso é rir da cara ou o quê?
O garoto tem o que, 12 anos?
Mas lá, por um gesto, tem um preparador físico preso há sete dias.
Aqui tem que desculpar porque, pobrezinho, é um jovenzinho”, disse o uruguaio.
Racismo nas redes sociais
Assim, ainda no calor dos fatos, Matheus Bidu, lateral esquerdo do Corinthians, foi às duas redes sociais e desabafou:
“Inadmissível existirem seres humanos imundos como vocês, lixos de pessoas.
Acham normal atos racistas?
Enquanto existirem pessoas como vocês, o mundo não vai para frente.Racistas de m…”
Em seguida, a postagem do jogador foi prontamente respondida por torcedores da equipe peruana, com macacos, bananas, palavras ofensivas e devidamente divulgados pelo próprio jogador, que fez um compilado das postagens e divulgou na sequência.
Por fim, o Corinthians avança para a próxima fase, o Universitário fica pelo caminho, o preparador físico segue preso e todos aguardando um posicionamento da Conmebol, que prometeu rigidez nas punições contra atos de racismo, que não se comparam com uma comemoração de gol.
